sábado, 2 de maio de 2009

Senna

Era pra ter postado isso ontem, mas em virtude de muitos trabalhos acadêmicos mal entrei na net... Vamos lá.

Ainda me lembro muito bem, entre meu nascimento e até 7, 8 anos de idade. Todo domingo era a mesma rotinha alegre. Saímos de casa e íamos em direção a casa da minha vó onde toda família se reunia. Naquela época nós ainda não tínhamos carro, então era necessário pegar dois ônibus, (pra isso Floripa não é ervilha rs). Primeiramente pegavamos um até o terminal cidade de Florianópolis, hoje semi desativado, passavamos pela baia sul uma estrada normal, não mais a principal devido ao túnel Antonieta de Barros.
Após descer do primeiro ônibus pegávamos o segundo, que ia em direção ao continente (Floripa não é apenas a Ilha, tem bairros no continente também). Minha alegria começava quando entravamos no ônibus e o acento do banco alto estava vago. Corria pra sentar em direção a jenala, atravessar a ponte era uma das minhas alegrias, naquele banco alto onde só o vidro da janela me cercava daquela altura e a visão do mar, era um sentimento infantil de liberdade, parecia que estava voando, sem contar com a ponte Hercílio Luz ao fundo daquela paisagem deslumbrante.
Ao saltar do ônibus eu sempre apanhava. A razão era que eu soltava da mão da minha mãe ou do meu pai pra ir correndo em direção a rua da minha vó. A rua dela tinha uma decida e a casa ficava no meio da rua, ou seja, tinha algumas transversais que passavam poucos carros (esse era o medo da minha mãe rs.). A emoção de chegar naquela rua e ver meus avôs me esperando era mágica, o abraço sempre sentido e aquela comida ótima que só minha vó sabe fazer.
Aqueles domingos eram velozes, mas não esqueço sempre da mesa farta, do carvão da churrasqueira, e principalmente daquela televisão de 14 polegadas sem controle remoto que ficava sobre a mesa antiga perto da janela. Aquelas mais ou menos 15 pessoas ficavam paradas na frente da TV pra vibrar e ouvir o hino da vitória, acho que começar a semana com aquele som nos ouvidos era muito melhor, acredito que eu como muitos brasileiros vibravam com aquela música. Penso que Senna se tratando do esporte é um dos maiores ídolos que o Brasil já teve, lembro muito bem daquele domingo que a cozinha da minha vó parou, um almoço sem sal, ninguém acreditava naquilo, meu pai dizia “a F1 nunca mais será a mesma”, é verdade hoje pra mim aquele esporte não tem mais a alegria que tinha a 15 anos atrás, Senna era realmente o Cara, ontem se passou 15 anos mas algumas coisas permanecem lembradas em nossa memória que jamais serão esquecidas.
Deixo aqui as palavras do cara:

"Existem, durante a nossa vida, sempre dois caminhos a seguir: aquele que todo mundo segue, e aquele que a nossa imaginação nos leva a seguir. O primeiro pode ser o mais seguro, o mais confiável, o menos crítico, o que você encontrará mais amigos. Mas, você será apenas mais um a caminhar. O segundo, com certeza vai ser mais difícil, mais solitário, o que você terá maiores críticas. Mas também, o mais criativo, o mais original possível. Não importa o que você seja, quem você seja, ou que deseja na vida. A OUSADIA em ser diferente reflete na sua personalidade, no seu caráter, naquilo que você é. E é assim que as pessoas lembrarão de você um dia".(Ayrton Senna).

Em razão as palavras do cara, sou muito feliz por ser esse cara “diferente” que sou. O segundo caminho é realmente mais difícil, mas quando se acredita tudo é possível, e eu to suando e provar a mim mesmo que tudo valerá à pena.

Um bom sabado de um wise em lágrimas, bj meu.