segunda-feira, 24 de março de 2008

Segunda de Carnaval...

Era 10 da noite, e ele já estava decidido, ia fazer tudo diferente, correu mais uma vez até a sua janela e viu que o céu continuava coberto de estrelas, colocou na cabeça que essa segunda ia ser nova, em relação a tantas outras segundas monótonas, foi até seu guarda roupa e escolheu uma das quais ele mais gostava, colocou um tênis confortável, uma bermuda marrom e uma camiseta bege. Então ele disse pra si mesmo “Vai lá”.

Ao fechar sua porta ele desceu a sua ladeira, e olhou pra traz e viu o quanto onde ele morava era ótimo, foi até o ponto mais próximo pra pegar a condução, o ônibus não passava, mas ele estava determinado ia de qualquer jeito, pegou o primeiro que passou. Essa era a primeira vez que ele olhava tudo diferente olhava tudo com um significado, passou o túnel e chegou no terminal de integração, isto já eram 11 e meia.

E assim ele continuou indo, atravessou a avenida e chegou no mercado público, o agito das marchinhas soava nos ouvidos dele, logo a frente avistou um grupo de pessoas que cantava “você pensa que cachaça é água, cachaça não é água não”, o grupo chamou ele, mas ele não estava ali naquela noite pra isso, queria aproveitar sim mas não daquela maneira.

Saiu em direção a Alfândega ali nada o agradava, seguiu em direção a praça XV, lá ele sabia que durante o carnaval era um point legal para se divertir. Em volta da praça rola um dos mais tradicionais bailes da cidade, ali ele estava na esperança de encontrar os seus amigos, deu uma volta, duas e três. Foi em vão, por mais que ele podia encontrar algum conhecido, já sabia que não ia encontrar os amigos que ele queria.

E assim foi, não queria ser mais um na multidão, decidiu então ir até o alto da catedral para ver se avistava alguém, ficou lá durante um tempo. Por volta das 3 da manhã ele já decidido a ir embora lembrou que tinha baile na Tancredo Neves, foi até lá pois queria fazer tudo diferente do que já havia feito, apesar de só.

Chegando lá ele encontrou gente de todos os tipos, ali era o mundo dele coisa que ele se arrependeu de não ter feito antes, mas ele era tímido por mais que uma troca de olhares ele nunca ia chegar em ninguém, quando de repente um cara de bermuda jeans e regata verde se apresenta como Rodrigo. Rodrigo era o estilo dele, cabeça raspada sorriso bonito e simpático, ele deixou a timidez de lado e começaram a conversar.

Lá por volta das 4h e muita conversa, eles decidiram ir para um lugar mais reservado e caminharam em direção a Hercílio Luz, por lá estava tudo deserto e foi no paredão da antiga Faed que aconteceu o primeiro beijo, num estante ele olha para o céu e avista a janela de um querido amigo. Então Rodrigo e ele foram pra frente da Faed, lá estava ainda mais tranqüilo ali as coisas esquentaram de vez, Rodrigo querendo tudo, mas ele, ele não queria que fosse assim, Rodrigo o largou e desceu o paredão da Faed.

Ele ficou ali por alguns minutos, meio que desiludido mais estava firme, seguiu outro rumo cruzou o museu Victor Meireles e avistou o agito na praça XV novamente. Quando chegou para atravessar a multidão parecia sena de cinema, ele nada se ouvia, só aquele agito mudo de fundo, passando pelo meio, olhou a figueira e viu que ela reluzia um verde, verde que era o mesmo que ele tinha nos braços a alguns estantes atras.

Após atravessar o outro lado da rua ele seguiu pela Felipe Schimdt, ali o barulho ele ouvia, e cada vez mais que andava o barulho carnavalesco ele ouvia menos, chegando próximo as Lojas Americanas numa dada praça ele viu casais se amando, coisa que ele não fazia a muito tempo, e continuou a andar, a cada passo que dava ele percebia cada detalhe até mesmo as 5 da madrugada o dia começando a clarear, mesmo assim o úmido do sereno estava ali presente.

E assim chegou até a cabeceira da ponte, lugar que queria conhecer, que nunca teve tempo. E o acaso o levou até ali, ali apesar de claro, ele ainda avistava o mesmo céu estrelado, então ele quis ousar, queria fazer tudo que não tinha feito, subiu no corrimão e começou a brincar, lembrou de tudo que fez na vida, da maneira que queria ser e nunca tentou, dos amores perdidos, das frases não ditas, das amizades desfeitas, tudo isso ele lembrou numa segunda de carnaval, um aperto no peito, um corre-mão molhado do sereno e um destino incerto....

3 comentários:

Karol disse...

Se sabe q perdeu tempo, pq não tenta fazer diferente agora?

Beijos, Wiseboy
^^

Karol disse...

Cuidado????
Cuidado vc, senão te mordo.
huahuauhauhauha

Vamos de anjinha e diabinho hihi

Karol disse...

Qdo vai atualizar isso hein hein?
;*